segunda-feira, 28 de julho de 2014

Namoro: Começo, meio e fim.

É interessante depois de alguns anos de casado e acompanhando tantos jovens no caminho para o namoro, ao refletir sobre este tema, o coração acelera e traz lindas recordações e lições de vida, que hoje servem de alicerce para animar os jovens à viverem a santidade neste tempo tão especial de suas vidas.

Hoje, através das experiências que vivi e acompanhei, percebo que a melhor opção é mostrar que, assim como qualquer caminho que nos leva à Deus, o namoro também tem começo, meio e fim.

O Começo

A Orientação Espiritual, feita por uma pessoa preparada e em quem você confia, é algo indispensável para ajudar-lhe na sua busca em fazer a vontade de Deus. O primeiro passo a ser dado, antes de assumir um namoro, é o discernimento vocacional, ou seja, entender o que Deus eternamente pensou para a sua vida para que sejas feliz. Sem um discernimento vocacional sério ninguém poderia sonhar em assumir o compromisso de um namoro.

O início de um namoro nunca pode acontecer se entre os dois não existe uma verdadeira amizade e cumplicidade em buscar a vontade de Deus pessoalmente, antes de tudo na vida daqueles que são orientados ao matrimônio. Além disso, através da Orientação Espiritual, é sempre bom analisar o que se passou em nossas vidas, onde e em que precisamos ser curados antes de dar o passo para o namoro.o indispensável para ajudar-lhe na sua busca em fazer a vontade de Deus. O primeiro passo a ser dado, antes de assumir um namoro, é o discernimento vocacional, ou seja, entender o que Deus eternamente pensou para a sua vida para que sejas feliz. Sem um discernimento vocacional sério ninguém poderia sonhar em assumir o compromisso de um namoro.
Pensando que o namoro é um tempo de conhecimento, e também de assumir a consciência de que ele se dilui no sacramento do matrimônio, onde o objetivo é viver pela felicidade e a santidade do outro, então algumas perguntas já se fazem mais que necessárias: Já discerni a minha vocação? Ela é o matrimônio? Estou curado o suficiente a ponto de não querer só ser amado, mas amar por primeiro?

Aqui percebemos que o primeiro passo do namoro não é a pergunta: “Quer namorar comigo?”.

O Meio

Aqui se inicia realmente o namoro, compreendendo antes de tudo que ambos são chamados a esta vocação e agora começam um período de conhecimento mais profundo e necessário para viverem bem cada passo para o Sacramento do Matrimônio.

A prudência e a coerência são fundamentais neste tempo, principalmente quando se é jovem e os hormônios falam mais alto do que qualquer outra voz interior que nos conscientiza da verdade. Faz-se necessário escolher bem os lugares, situações e formas de namorar, senão, tudo é colocado a perder.

Conhecer o outro com profundidade e também juntos se formar sobre o que é assumir uma vida no Sacramento do Matrimônio é algo indispensável neste período.

A pergunta fundamental deste tempo seria: Conhecendo as misérias do(a) outro(a), sou capaz de amá-lo(a) mesmo com todas estas misérias que conheci e o(a) amar por toda a vida assumindo isso diante de Deus?

O Fim

Acho que como em todas as histórias todo mundo espera sempre o fim não é? Mas neste caso não existe fim, pois o namoro é algo que deverá existir até o fim de sua vida como um chamado ao Matrimônio.

O casal que deixou de namorar, perdeu o verdadeiro sentido do seu sacramento. Além disso, é namorando que aprendemos a respeitar um ao outro, a aceitar o outro como é, a respeitar os períodos em que o relacionamento sexual não se torna possível, por exemplo, nos períodos em que a mulher está fértil e o casal não planeja filhos para aquele momento. É o saber namorar que sustentará este período.

Este fim, não é o fim que encerra, mas é aquele fim que no dicionário está como alvo, finalidade, objetivo final, ou seja, para “a fim de”…

É a fim de construir uma vida alicerçada em Deus e equilibrada, que vivo bem cada etapa do meu namoro, e sigo vivendo-o bem por toda a vida.

Não esqueça, procure sempre um orientador(a) espiritual para lhe ajudar neste caminho, viva-o com verdade e responsabilidade. Lembre-se que um bom casamento se constrói com um bom noivado, que se constrói com um bom namoro e que começa numa boa amizade. Não queime etapas!

Júlio Neto

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Perder Tempo

Perder Tempo

Este texto, esta partilha tem tudo para não ser nada atrativa a começar do seu tema. Afinal de contas, no contexto atual a perda de tempo, diriam alguns, é perder dinheiro. Outros ainda, e até de forma justa dependendo do ponto de vista, podem considerar até um pecado... e chega a ser quando de fato o perdemos com inutilidades que nos afastam de Deus e dos outros.

Mas por bem, sem a pretensão de onde e a quem chega este texto resolvi partilhar, mesmo que esteja perdendo tempo.
Para isso antes preciso confessar algo: Acabo de perder um pouco do meu tempo nesta tarde.

Em meio a tantos afazeres, tentando descansar minha mente, resolvi assistir o vídeo de um grande amigo e irmão, Caio Bonicontro, que gravou nestes dias uma linda música chamada “Filho”. Parei, orei com a música, escutei Deus falar comigo e logo decidi compartilhá-la  com aqueles que amo e que acreditei que poderia também ser voz de Deus. Quem quiser assistir o clipe:  http://www.youtube.com/watch?v=IOcQgga8a2s

Resultado: Diversos imediatos retornos de outros e mais outros que também resolveram perder alguns minutos do seu tempo ouvindo tal canção, perder alguns minutos do seu sagrado tempo e a partir disso escutaram Deus falar.

Não sei o que pensa sobre isso, mas refletindo aqui pensei o quanto Deus se revela em contrários do nosso dia-a-dia, em valores tão firmados e enquadrados como verdade que julgamos serem A VERDADE e quantas oportunidades que perdemos em parar por alguns instantes e ouvir Deus falar.

Há algum tempo atrás, na Palavra do Mês de Março de 2013, refletimos na comunidade com a ajuda de nossos queridos pais Pe. Antoello e Pe. João Henrique a respeito do “desperdício” daquela mulher que derrama aos pés de Jesus aquele vaso de alabastro. (Cf. Mc 13, 4-9).

Bom, não tenho a pretensão aqui de convencer ninguém de nada. Então nem sinto necessidade de citar outros tantos trechos em que Jesus mostra uma ordem contrária a que, de forma natural e tendenciosa poderíamos agir e pensar, reveleando através disto que o que deve reger nossas vidas, e também o nosso tempo, é o amor e não a lei pela lei.

Outra motivação que me moveu a “perder meu tão precioso tempo” nesta tarde é o fato do quanto reconheço no ministério de muitos irmãos uma ação de Deus tão poderosa que acredito ser muito capaz em transformar vidas, a começar da minha.

E mais que uma promoção fraterna de alguém que julgo bom músico, ótimo pregador e um ungido por Deus, me move partilhar o fruto da ação de Deus na vida de pessoas que, mais do que a forma que são usadas por Deus, eu tive a alegria de colher também as suas sombras e misérias que para mim são gratas riquezas e me fazem compreender que diante de tanta fraqueza só Deus mesmo poderia agir diante de frutos tão eternos.

Não sei se conseguirei ter uma conclusão a respeito do assunto, mas me senti impulsionado a fazer a confissão pública do tempo perdido nesta tarde de quarta-feira acreditando que, por mais que alguns julguem a perda de tempo como uma perda financeira, ou outros que podem considerar isso até um pecado, assumo a responsabilidade de abrir mão de algum tempo de descanso para repor o meu trabalho nesta perda de tempo em que permiti que Deus pudesse falar ao meu coração e ao de muitos, nos lembrando que não somos escravos e sim seus FILHOS.

Portanto... peço a Deus que me dê a graça da disciplina em ser fiel ao que Ele me pede, nem que seja em algum momento abrir mão do meu precioso tempo por alguns minutos, perdendo parte deste tempo para que o tempo todo continue sendo d´Ele e falando deste amor àqueles que precisam naquele momento.

Quero continuar a perder tempo... se esta for a vontade Deus, pois é só esta Divina Vontade que fará a diferença no Eterno em que o tempo não existirá mais e só restará o pra sempre.

Deus abençoe o nosso tempo.

Júlio Neto
Com. Aliança de Misericórdia

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ficar – Normal, Experiência, Pecado ou Profanação do Sagrado?


Tem se tornado cada dia mais comum a cultura do “FICAR”. Principalmente como forma de experiência para o início de uma relação de namoro, mas impossível negar também sua finalidade como um puro aproveitar-se do outro como forma da busca de um prazer individual e egoísta. A galera encontra no “FICAR” uma forma de experimentar uma relação afetiva antes de assumir um compromisso.

É muito frequente em nossas evangelizações e no dia-a-dia escutarmos alguém que partilha sua experiência de ter “ficado” com alguém aqui ou ali. E as perguntas que sempre surgem: “Mas ficar é pecado? Que mal tem? Mesmo se não tem relação sexual é errado? Não devo conhecer a pessoa antes de namorar”?

É com muita paciência que devemos respirar fundo para responder estas questões que, quando ficam sem resposta entram no dito popular: “Quem cala consente!” Deixando assim muitos de nossos irmãos e irmãs a mercê de uma mentalidade que perde o valor do sagrado e verdadeiro sentido de serem imagem e semelhança de Deus.

Levantar tal questão agora pode até parecer “chover no molhado”. Primeiro porque tanta gente fala disso. Duvido que exista um só grupo de jovens que não insista em que seus jovens possam abrir os olhos para este equívoco. E em segundo lugar porque acredito que este texto poderia se limitar a atingir somente adolescentes, jovens e adultos que até já se convenceram dos motivos que justificam sua opção em não aceitar “ficar” com alguém.

Mas com base num último texto que partilhei há alguns meses atrás a respeito de uma experiência de oração que fiz, percebi que Deus permite muitas vezes que nossas palavras alcancem pessoas e situações que nem imaginamos que possam alcançar, por isso estou arriscando lançar mais esta rede no imenso mar da informação.

Cheguei a pensar ser inútil tratar do assunto diante de tantos materiais já existentes e também pensando que na grande maioria as pessoas já sabem bem a respeito... Bom, mais ou menos. Na verdade achei que deveria ser assim até estes últimos dias.

Deus tem me permitido nestes últimos meses sair muito em missão e em uma destas, me deparei com o assunto novamente de forma gritante. Em algum lugar deste imenso Brasil encontrei uma jovem me dizendo: “Quero ser de Deus, mas estou ficando com um menino”!

Achei hilário inicialmente... Porque logo para começar, a justificativa já era uma negação da incompatibilidade entre duas atitudes, ou seja, ser de Deus e estar ficando com alguém. Mas tudo bem...

Minha primeira pergunta: “Por que você acha que não é possível ser de Deus e ficar com alguém”? Resposta óbvia, rápida, cheia de admiração, espanto e esperança de que talvez não fosse então errado assim ficar com alguém: “Porque é errado ué! Não é!?”E por que é errado? Segundos de silêncio... “Sabe que não sei”!

Vivemos hoje numa realidade, no meu ponto de vista de forma geral, porém ainda mais forte dentro de nosso contexto Cristão infelizmente, que costumo chamar S.A.C. (Síndrome do Alto da Compadecida) – À parte manifesto minha admiração, simpatia e o quanto acho interessante o filme citado – Mas tal síndrome ronda nossas vidas com a alegação própria dos amigos Chicó e João Grilo: “Não sei, só sei que foi assim!” Ou adaptando a frase para o contexto: “Não sei por que, só sei que é errado!”

Ainda pensando sobre a ideia do “não saber” reflito sobre o fato de que qualquer ausência da possibilidade de pensar e/ou buscar conhecimento, seja por preguiça ou simplesmente por desinteresse, me faz diretamente um candidato à escravidão da minha mente. Pois quando não penso, alguém pensa por mim e quando alguém pensa por mim me torno escravo.

Escutei uma frase neste fim de semana do professor de um curso que faço que acredito que apresenta muito bem o que gostaria de exprimir a este respeito: “A ignorância é cômoda e contagiosa. O conhecimento é um risco que corremos, mas só quem corre este risco pode encontrar a sua realização.” Prof. Dr. Jelson Oliveira (Doutor em Filosofia e Coord. do Curso de Filosofia na PUCPR).

Acredito que aqui caberiam diversas reflexões que pretendo até partilhar em outro momento, mas me atenho aqui exclusivamente a este meu encontro com a jovem citada acima.

Tenho aprendido que a melhor forma de ajudar alguém a se encontrar não é dando respostas e sim fazendo perguntas. Assim eu também tenho me encontrado nestes tempos.

No decorrer da conversa procurei mostrar a beleza que está por trás do relacionamento entre duas pessoas que se amam. O que o amor entre duas pessoas constrói na vida de ambas tendo como meta um sacramento assumido diante de Deus e para a vida toda.

Suspiros e um grande entusiasmo meu e da jovem à parte, pois isso é natural quando vemos a beleza que está dentro do sagrado que nossa Santa Mãe a Igreja Católica Apostólica Romana nos ensina, é puro encanto.

Então facilmente chega-se a uma só conclusão: Respeitar os tempos, momentos, a pessoa com quem me relaciono não é uma ordem de castração da Igreja que se impõe sobre minha vida, é antes de tudo, saber que existe algo de muito sagrado, muito valioso, muito precioso, para ser simplesmente usado e vivido sem nenhum tipo de comprometimento.

Pois bem... Próxima questão: “O que significa FICAR para você!?” Questiono a jovem que se empolga e responde como se fosse PHD no assunto: “Ah, é se relacionar com uma pessoa em um momento sem ter um comprometimento em dar continuidade ao relacionamento.”A resposta não poderia ter sido melhor!!!

E o diálogo seguiu assim:
- E você gosta deste rapaz?
- Sim, é claro, senão não ficava com ele!
- Mas e se ele amanhã aparecer ficando com outra garota como você vai se sentir?
Mais um tempo de silêncio e um falar bem baixinho...
- Um lixo!

Perguntei a ela e pergunto a você também: E por que se sentir um lixo em uma relação em que está claro para todo mundo que não há comprometimento? Afinal de contas, não tenho a obrigação de encerrar meu compromisso para assumir outro, afinal não existe comprometimento algum! É meu direito “ficar” com quem quiser.

A última questão... Será, de verdade, que vale à pena se envolver emocionalmente com alguém, entregar para outra pessoa a pérola preciosa do meu amor, além do fato de dividir carinhos, afetos e emoções com alguém que declaradamente está me dizendo: “É só hoje viu, amanhã se me encontrar seremos só aqueles bons conhecidos”!

Se relacionar com alguém, em todos os sentidos, requer confiança, intimidade, conhecimento, comprometimento, sem tudo isso ousamos, ou melhor, arriscamos depositar nas mãos de ladrões o tesouro que sou eu. E depois reclamar que meu tesouro foi lançado aos porcos é pura incoerência, afinal de contas fui eu mesmo que não zelei pelo tesouro que sou eu.

Assistindo uma pregação de nosso querido Pe. Fábio de Melo para casais o ouvi dizendo que a canção: “Sou consagrado ao meu Senhor, solo sagrado eu sei que sou, vida que o céu sacramentou marcas do eterno estão em mim...” foi feita pensando em um casal, ao contrário do que muitos pensam.

Nisto encontrei um sentido ainda mais pleno para entender que mais do que pecado, mais do que errado, mais do que uma atitude infantil o FICAR é uma profanação do sagrado que sou eu.

Sobre a história de testar, experimentar, conhecer... Isso não tem nada haver com o FICAR... Tudo isso se faz numa amizade profunda, verdadeira, coerente e principalmente livre em que podemos conhecer mais e melhor a pessoa com quem pretendemos nos envolver emocionalmente.

Algo ainda importante é refletir a respeito da questão do discernimento vocacional e nos passos de começo, meio e fim para podermos viver um bom namoro. Mas sobre isso já falei antes confira: Namoro– Começo, meio e fim.

Termino dizendo que você não precisa ficar com alguém para saber se esta pessoa é ou não quem Deus escolheu para construir uma vida com você. Ouso dizer, que começando assim, a meu ver muito mal, ficando com alguém o que menos conseguirá entender e conhecer é se esta é a pessoa dos planos de Deus para você pois os planos de Deus respeitam o Sagrado que é você!

Quer mesmo conhecer a promessa de Deus a respeito de sua vida e de sua vocação, busque-a em Deus e não nas pessoas. Deus é fiel, te honrará e lhe dará alguém muito especial que você sentirá que Ele caprichou mais do que você merecia. Mas no fim perceberá que não é mais que você merece, pois Ele, que é nosso Pai, nos dá na medida correta tudo o que nós Filhos necessitamos para sermos plenamente feliz, pois Ele faz bem todas as coisas.

Busque a Deus... E, por favor, seja plenamente feliz!

Seu irmão,

Júlio Neto
Com. Aliança de Misericórdia

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Quando não souber como orar diga: DEUS.

Olá queridos irmãos e irmãs,

Quero postar um texto fruto de uma experiência muito forte que vivi com Deus e acredito que se tornou uma oração... que seja a oração daqueles que desejarem.

Deus abençoe!


DEUS...

Me esperas, incansavelmente me esperas, incompreensivelmente me esperas, incrivelmente me esperas, incontestavelmente me esperas, ainda que eu diga para não esperar, tu me esperas! Ainda que não tenha motivos para isso, me esperas e quando volto pensando em procurá-lo VOCÊ se antecipa vindo ao meu encontro, pois estavas lá, ME ESPERANDO.

Me cercas, por saber que fujo de Ti, me cercas. Por saber que me esqueço em alguns momentos do dia – e por vezes até por dias – me cercas. Nas atitudes daqueles que me amam e que tentam me levar para perto de Ti, me cercas no seu jeito de cuidar de mim e me acompanhar em cada situação do meu dia-a-dia, me cercas. Quando fujo do meu momento de estar contigo, quando estou à beira do precipício, me cercas. Quando me faço de difícil querendo fazer tudo por mim sem te consultar, mesmo me cercas... Como o pai que cerca o filho que começa a aprender a andar, deixando até que caia, mas nunca se machuque... ME CERCAS para que meu cair não passe de uma experiência de momento e possamos sorrir juntos quando conseguir me equilibrar de pé e achar que consigo andar sozinho, aí continuo te dando trabalho e por isso ME CERCAS.

Me olhas, ainda que eu desvie o olhar me olhas, mesmo que eu esteja olhando para outras coisas, pessoas, situações tu me olhas, além das minhas máscaras e das defesas das quais me armo para tentar esconder o que de fato eu sou, me olhas. Quando meu peito está cheio de angústia sem entender por que estás me olhando, quando quero sentir sua presença mas parece que tem algo errado e tu estais longe... Ahhh bobeira minha: tu não me vês, TU ME OLHAS.

Cuidas de mim, quando me exponho ao perigo de forma incoerente cuidas de mim, quando estava lá, naquele momento difícil, optando pela mentira, oferecendo meu corpo ao pecado, usando de maneiras, objetos e substâncias artificiais para ser feliz, cuidavas de mim. No vazio do meu quarto quando tudo acabou: música, som, luzes, palco, evento, ajuntamento, multidão, pessoas a quem acho que devo impressionar e só resta o silêncio, solidão e um vazio enorme, cuidas de mim. Quando chego onde nunca esperaria chegar, o fundo do poço, desces lá e CUIDAS DE MIM.

Acreditas em mim, conheces o que está tão dentro do meu ser, o que nem mesmo eu sei que está lá, principalmente com a capacidade de acreditar em alguém como eu que não acredita mais em si... Mas tu acreditas! Quando todos desacreditaram de mim porque minhas escolhas demonstraram explicitamente a distorção do meu caráter e que todos tinham o “direito” de desconfiar de mim, tu ACREDITAS EM MIM.

Quando eu não sei orar, quando não tenho forças para orar, quando não tenho coragem para orar, quando minha dignidade está manchada o bastante a ponto de não me achar digno de me dirigir a ti, a angústia, o desejo de ser compreendido por alguém, o último fio de esperança de que alguém entenda a minha dor, a necessidade de um colo, de uma palavra de conforto que traga a minha língua o frescor no meio de um deserto árido, escuto só silêncio! Será que tudo foi um grande equívoco? Não, duvido! É impossível negar uma Verdade tão grande como você É... Poderia até negar, mas me utilizando do outro lado, da mentira, para não querer ver a Verdade que és Tu e que no silêncio quer me falar mais do que com palavras, pois TÚ ÉS E BASTA!

Quem eu sou? Por mais que eu tente expressar, pois mais que eu tente pensar, ainda que busque filosofias, teologias, retóricas, argumentos, a mais exata ciência que existir, sempre vou me equivocar quando tentar ao mínimo possível expressar ou esboçar um esforço para dizer alguma palavra que consiga responder: QUEM EU SOU... Só um suspirar, que num primeiro momento nem consegue ser profundo pela asfixia de minha angústia, um pequeno suspiro me faz entre lágrimas chamar teu nome: DEUS!

És o único capaz de dizer quem de verdade eu sou. E como inspirastes à santa das pequenas coisas de forma no mínimo a me convencer do sou me ensina: “Sou o que Deus pensa de mim!”

Sabe da minha verdade, que nela nem sempre está a Verdade que és, mas uma verdade que é relativa apresentada a ti como oferta do máximo que lhe posso oferecer, me convences em transformar minha verdade relativa na perfeita Verdade que és tu. Sabes bem do meu desejo de ser melhor, da minha capacidade de me arrepender e as lágrimas que derramo por não conseguir ser aquilo que gostaria de ser para TI.
Aos poucos, enquanto percebo que me cercas, me olhas, cuida e acredita de mim, mesmo quando não sei orar e nem quando consigo expressar quem eu sou sem misturar o que sou com aquilo que eu tenho ou faço, quando minha verdade relativiza o que deveria ser exato em Ti, bem aos poucos, minha emoção, meu retorno ao equilíbrio depois dos engasgos do pranto da dor de estar longe de ti, aos poucos tudo começa se acalmar e é possível começar a respirar fundo e de forma mais lenta, mais tranquila, mais consciente e com um desejo maior de pertencer a ti agora posso te dizer longa, deliciosa, calma, desejosa e apaixonantemente:

DEUS...

Júlio Neto
Com. Aliança de Misericórdia

domingo, 6 de setembro de 2009

Podemos cantar música evangélica???

Oi galera...

Resolvi postar para vocês um assunto que durante muito tempo foi bem polêmico mas que hoje não causa mais tanto problema assim.

Mas desejando contribuir com aqueles que tem dúvidas a este respeito eu estou publicando abaixo um link com o arquivo "Podemos cantar música evangélica?"

Este arquivo contém um material riquíssimo desenvolvido pelo nosso querido irmão João Valter da Comuniade Remidos pelo Senhor de Campina Grande/PB, na época coordenador do Ministério Davi das Artes.

Quem tiver dúvida se pode, deve ou não cantar canções evangélicas tem que ler este arquivo.

http://www.4shared.com/file/130732631/e51a2eb4/Podemos_Cantar_Msica_Evanglica.html

Após lerem, comentem à vontade...

Misericórdia, Unidade e Paz!

Mensageiro - João Alexandre

"Só Deus sabe de onde vem esse instante em que a alma voa assim distante e o pensamento se transforma em viajante, oração.
Não devo me esquecer sou um mero mensageiro a voz e o violão as armas de um guerreiro e traz sobre seus ombros o peso verdadeiro, da canção

Quem canta sobre as coisas lá do céu não deve desviar quem faz da sua voz, a voz de Deus tem que sempre vigiar quem traz dentro de si o caminho a verdade e a vida não se vende abre mão de todo brilho e toda gloria deste mundo

Que Deus transforme o meu viver em poesia que as rimas de sua graça sejam meu dia-a-dia e celebrar canções de verdade e alegria, frutos bons
E peço ao meu senhor de maneira incessante a Ele o meu auxilio e refugio presente que minha vida seja um exemplo constante em suas mão

Quem canta sobre as coisas lá do céu não deve desviar quem faz da sua voz a voz de Deus tem que sempre vigiar quem traz dentro de si o caminho a verdade e a vida não se vende abre mão de todo brilho e toda gloria deste mundo"

Quem traz dentro de si o caminho a verdade e a vida não se rendeAo falso brilho e nem a glória passageira desse mundoSó Deus sabe de onde vem esse instante.

Na minha opinião esta canção de nosso irmão João Alexandre reflete exatamente o que é a consciência em viver o sagrado de nossa arte...

Curtam o vídeo no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=KL45R-VlvBU

Comentem à vontade...

sábado, 5 de setembro de 2009

O impasse da música "Cristã"

Como citei na apresentação do blog posto o primeiro texto a respeito da reflexão a cerca do Sagrado da Arte para podermos partilhar...

"Não só no âmbito da igreja católica, mas também no mundo “evangélico”, muitas vozes se erguem para questionar a moda musical que invade os templos, ecoa pelas gravadoras e se aninha nos meandros dos headphones e dos MP3. Será que essa musica ainda é propriamente cristã? Ou é apenas música consumida por cristãos.
Em janeiro de 2008, na prestigiosa revista “Ultimato”, um especialista afirmava “Parei de ouvir música cristã”. Esta voz categórica pertence a Mark Carpenter, diretor-presidente da Editora Mundo Cristão, com um diploma de mestre em letras modernas pela USP. Mesmo admitindo que existem cristãos fazendo boa música, Carpenter questiona exatamente a moda dominante, a imitação dos gêneros de consumo popular, a baixa criatividade da composição e – o mais importante! – o conteúdo pretensamente cristão de suas mensagens. “É como se a indústria cristã tivesse determinado que o que vale é o conteúdo da letra: desde que ela contenha certos chavões, frases ou narrativas evangelísticas – além de um estilo bacana apreciado pelo mercado-alvo-, é desnecessária a busca da verdadeira expressão artística”. De passagem, não importa muito se o caos produzido pelos bateristas torna absolutamente impossível ouvir o conteúdo das letras.
Mas eu teria algo mais a passar pela peneira: o clima “meloso” de grande parte das composições “cristãs”, ao expressar um tipo de sentimentalismo amorudo que se aplicaria perfeitamente a qualquer namorado ou namorada. Alias, lembro-me bem de uma entrevista com o Pe. Jonas Abib, na TV Canção Nova, quando ele afirmava a necessidade de deixar bem claro e bem definido a quem se refere o artista, quando fala de seu “amor”: se é amor a Deus ou a alguém humano. Pe. Jonas ainda teve o cuidado de observar que não há nenhum mal – pelo contrário – em cantar o amor humano. O que não fica bem é o clima de ambigüidade nas composições ditas “cristãs”.
Mais recentemente, foi a vez do jornalista Nelson Motta [em “O Globo”, 15/05/09] comentar o sucesso dos padres cantores como campeões de venda de CD´s, ao lado da cantora evangélica Aline Barros, que só perde em números para a pop star Ivete Sangalo. Segundo Motta, “no mundo da Black music se diz, brincando, que não há diferença entre o gospel [música religiosa cristã] e o soul romântico [profano]: basta você trocar o “He”, do Senhor, pelo “She” do grande amor: música e letra continuam encaixando”...
Então, é isso... Trocamos o Ele de Deus pelo Ela da bem-amada, e tudo vem a dar na mesma?! Mera questão pronominal? Pois o povo bom não cai nessa! Nas celebrações das comunidades do interior, as músicas mais cantadas são aquelas que tem um pronome “TU”:

- “TU te abeiraste da praia...”
- O Pão da vida és TU, Jesus, o Pão do Céus...”

Com este pronome, o povo se dirige a Deus, entra em comunhão com Ele e partilha suas dores e trabalhos. E jamais confundirão o Crucificado com a namoradinha. O mesmo não se pode dizer de letras “religiosas” como estas (sem citar a autoria para não parecer algo pessoal):

- “Amante, o coração cruzou a ponte / Tornou-se vértice o horizonte / E o antes distante ficou logo ali / Amor, amado e amante / Trindade humana que se curva aos céus...”

- “Fecho os olhos para poder passar / Para imaginar você na minha vida / Estrela fugida eu / Vou te encontrar... / Desejo ter você / Desejo ter você comigo / Minha paz / Pois tudo do teu lado é mais bonito / Minha casa, meu refúgio, meu abrigo...”

- “Vem outro coração / Olha em meus olhos / Me convence que não é o fim... / Chora meu coração / Quem foi que disse que chorar te tornará menor / a dor que agora choras ou tarde florirá...”

- “Tanta coisa eu tinha pra falar / Até que descobri enfim, não vale a pena / Fiz tudo por você / Não ganhei nada pode ver / O amor sentenciou e a dor é minha pena...”

Alguém, observador, há de perguntar: - “E por que as gravadoras subitamente começaram a se interessar pela produção musical cristã? Por que decidiram investir nesse filão?” A resposta é clara: todo o repertório da música profana já tem dono. Algumas gigantes do setor [como a Universal Music, ex-MCA, Warner, EMI, Sony etc.] já tem nas mãos gulosas os direitos comerciais e copyrights de tudo que se toca no rádio e na TV, sem excluir a produção de Elvis, dos Beatles e outros campeões da música. Neste inicio de século, a única fatia do mercado que ainda não tem dono é a música “religiosa”. Por isso mesmo, torna-se o alvo preferencial da ganância das gravadoras que, aliás, passam por grandes dificuldades e prejuízos com a pirataria musical e a nova possibilidade de fazer “download” das gravações via Internet.
Vai longe o tempo em que algumas raras vozes cantavam mensagens cristãs para falar de uma autêntica experiência pessoal com Deus. Nelson Motta lembrou o Al Green dos anos 70, a freira Dominique dos anos 60, o Padre José Mojica dos anos 50. Agora, porém, virou moda. Cantar Jesus dá dinheiro.
Gostaria de saber o que Ele pensa de tudo isso..."

Fonte: Jornal: O Lutador – Matéria de Antonio Carlos Santini

Devemos refletir qual a verdadeira inspiração de nossas canções...

Misericórdia, Unidade e Paz!