sábado, 5 de setembro de 2009

O impasse da música "Cristã"

Como citei na apresentação do blog posto o primeiro texto a respeito da reflexão a cerca do Sagrado da Arte para podermos partilhar...

"Não só no âmbito da igreja católica, mas também no mundo “evangélico”, muitas vozes se erguem para questionar a moda musical que invade os templos, ecoa pelas gravadoras e se aninha nos meandros dos headphones e dos MP3. Será que essa musica ainda é propriamente cristã? Ou é apenas música consumida por cristãos.
Em janeiro de 2008, na prestigiosa revista “Ultimato”, um especialista afirmava “Parei de ouvir música cristã”. Esta voz categórica pertence a Mark Carpenter, diretor-presidente da Editora Mundo Cristão, com um diploma de mestre em letras modernas pela USP. Mesmo admitindo que existem cristãos fazendo boa música, Carpenter questiona exatamente a moda dominante, a imitação dos gêneros de consumo popular, a baixa criatividade da composição e – o mais importante! – o conteúdo pretensamente cristão de suas mensagens. “É como se a indústria cristã tivesse determinado que o que vale é o conteúdo da letra: desde que ela contenha certos chavões, frases ou narrativas evangelísticas – além de um estilo bacana apreciado pelo mercado-alvo-, é desnecessária a busca da verdadeira expressão artística”. De passagem, não importa muito se o caos produzido pelos bateristas torna absolutamente impossível ouvir o conteúdo das letras.
Mas eu teria algo mais a passar pela peneira: o clima “meloso” de grande parte das composições “cristãs”, ao expressar um tipo de sentimentalismo amorudo que se aplicaria perfeitamente a qualquer namorado ou namorada. Alias, lembro-me bem de uma entrevista com o Pe. Jonas Abib, na TV Canção Nova, quando ele afirmava a necessidade de deixar bem claro e bem definido a quem se refere o artista, quando fala de seu “amor”: se é amor a Deus ou a alguém humano. Pe. Jonas ainda teve o cuidado de observar que não há nenhum mal – pelo contrário – em cantar o amor humano. O que não fica bem é o clima de ambigüidade nas composições ditas “cristãs”.
Mais recentemente, foi a vez do jornalista Nelson Motta [em “O Globo”, 15/05/09] comentar o sucesso dos padres cantores como campeões de venda de CD´s, ao lado da cantora evangélica Aline Barros, que só perde em números para a pop star Ivete Sangalo. Segundo Motta, “no mundo da Black music se diz, brincando, que não há diferença entre o gospel [música religiosa cristã] e o soul romântico [profano]: basta você trocar o “He”, do Senhor, pelo “She” do grande amor: música e letra continuam encaixando”...
Então, é isso... Trocamos o Ele de Deus pelo Ela da bem-amada, e tudo vem a dar na mesma?! Mera questão pronominal? Pois o povo bom não cai nessa! Nas celebrações das comunidades do interior, as músicas mais cantadas são aquelas que tem um pronome “TU”:

- “TU te abeiraste da praia...”
- O Pão da vida és TU, Jesus, o Pão do Céus...”

Com este pronome, o povo se dirige a Deus, entra em comunhão com Ele e partilha suas dores e trabalhos. E jamais confundirão o Crucificado com a namoradinha. O mesmo não se pode dizer de letras “religiosas” como estas (sem citar a autoria para não parecer algo pessoal):

- “Amante, o coração cruzou a ponte / Tornou-se vértice o horizonte / E o antes distante ficou logo ali / Amor, amado e amante / Trindade humana que se curva aos céus...”

- “Fecho os olhos para poder passar / Para imaginar você na minha vida / Estrela fugida eu / Vou te encontrar... / Desejo ter você / Desejo ter você comigo / Minha paz / Pois tudo do teu lado é mais bonito / Minha casa, meu refúgio, meu abrigo...”

- “Vem outro coração / Olha em meus olhos / Me convence que não é o fim... / Chora meu coração / Quem foi que disse que chorar te tornará menor / a dor que agora choras ou tarde florirá...”

- “Tanta coisa eu tinha pra falar / Até que descobri enfim, não vale a pena / Fiz tudo por você / Não ganhei nada pode ver / O amor sentenciou e a dor é minha pena...”

Alguém, observador, há de perguntar: - “E por que as gravadoras subitamente começaram a se interessar pela produção musical cristã? Por que decidiram investir nesse filão?” A resposta é clara: todo o repertório da música profana já tem dono. Algumas gigantes do setor [como a Universal Music, ex-MCA, Warner, EMI, Sony etc.] já tem nas mãos gulosas os direitos comerciais e copyrights de tudo que se toca no rádio e na TV, sem excluir a produção de Elvis, dos Beatles e outros campeões da música. Neste inicio de século, a única fatia do mercado que ainda não tem dono é a música “religiosa”. Por isso mesmo, torna-se o alvo preferencial da ganância das gravadoras que, aliás, passam por grandes dificuldades e prejuízos com a pirataria musical e a nova possibilidade de fazer “download” das gravações via Internet.
Vai longe o tempo em que algumas raras vozes cantavam mensagens cristãs para falar de uma autêntica experiência pessoal com Deus. Nelson Motta lembrou o Al Green dos anos 70, a freira Dominique dos anos 60, o Padre José Mojica dos anos 50. Agora, porém, virou moda. Cantar Jesus dá dinheiro.
Gostaria de saber o que Ele pensa de tudo isso..."

Fonte: Jornal: O Lutador – Matéria de Antonio Carlos Santini

Devemos refletir qual a verdadeira inspiração de nossas canções...

Misericórdia, Unidade e Paz!

2 comentários:

  1. Olá meus queridos irmãos vim falar da importancia da musica cristã...
    A musica Cristã no meu ponto de vista representa um hino de louvor ao nosso DEUS como um salmo cantado mostrando o seu agradecimento ao pai e ao mesmo tempo uma aproximidade de misericórdia e compaixão,devo dizer q DEUS me deu um grande presente não só de entender como cantar ,mais sim, tocar,tenho o meu violão e o resolvi dedicar só à ele ehj sou renovada por DEUS...Q A PAZ DE CRISTO ESTEJAM CONOSCO!!!

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  2. Oi Gentes! A Paz do Senhor Jesus a todos!
    Olha só a urgência que temos de que as pessoas compreendam essas coisas. Isso tudo também se aplica em o Porquê nós cantamos pra Deus.
    A pessoa que canta pra Deus, naturalmente não tem desejo de fazer outra coisa, ou cantar pra outra pessoa que não seja pra Deus. Logo, se o que acontece conosco é o contrario, temos que nos questionar sim se não estamos servindo a dois senhores. Mesmo porque, não há objetivo de evangelização misturar as coisas. A Palavra de Deus é bem clara quando diz que cada um deve permanecer no estado em foi chamado. Concordo plenamente com o meu querido Padre Zezinho, que pra mim é um grande exemplo, Eu senti a dor do reino, eu senti a dor do reino.... Eu canto pra amenizar a dor de ver um reino a ser construido. O Reino de Deus. E cabe a mim, ajudar a construí-lo.

    Beijos a todos os músicos e cantores do Reino de Deus.

    Poly e Dinho! (ABBA PAI)

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