sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Quando não souber como orar diga: DEUS.

Olá queridos irmãos e irmãs,

Quero postar um texto fruto de uma experiência muito forte que vivi com Deus e acredito que se tornou uma oração... que seja a oração daqueles que desejarem.

Deus abençoe!


DEUS...

Me esperas, incansavelmente me esperas, incompreensivelmente me esperas, incrivelmente me esperas, incontestavelmente me esperas, ainda que eu diga para não esperar, tu me esperas! Ainda que não tenha motivos para isso, me esperas e quando volto pensando em procurá-lo VOCÊ se antecipa vindo ao meu encontro, pois estavas lá, ME ESPERANDO.

Me cercas, por saber que fujo de Ti, me cercas. Por saber que me esqueço em alguns momentos do dia – e por vezes até por dias – me cercas. Nas atitudes daqueles que me amam e que tentam me levar para perto de Ti, me cercas no seu jeito de cuidar de mim e me acompanhar em cada situação do meu dia-a-dia, me cercas. Quando fujo do meu momento de estar contigo, quando estou à beira do precipício, me cercas. Quando me faço de difícil querendo fazer tudo por mim sem te consultar, mesmo me cercas... Como o pai que cerca o filho que começa a aprender a andar, deixando até que caia, mas nunca se machuque... ME CERCAS para que meu cair não passe de uma experiência de momento e possamos sorrir juntos quando conseguir me equilibrar de pé e achar que consigo andar sozinho, aí continuo te dando trabalho e por isso ME CERCAS.

Me olhas, ainda que eu desvie o olhar me olhas, mesmo que eu esteja olhando para outras coisas, pessoas, situações tu me olhas, além das minhas máscaras e das defesas das quais me armo para tentar esconder o que de fato eu sou, me olhas. Quando meu peito está cheio de angústia sem entender por que estás me olhando, quando quero sentir sua presença mas parece que tem algo errado e tu estais longe... Ahhh bobeira minha: tu não me vês, TU ME OLHAS.

Cuidas de mim, quando me exponho ao perigo de forma incoerente cuidas de mim, quando estava lá, naquele momento difícil, optando pela mentira, oferecendo meu corpo ao pecado, usando de maneiras, objetos e substâncias artificiais para ser feliz, cuidavas de mim. No vazio do meu quarto quando tudo acabou: música, som, luzes, palco, evento, ajuntamento, multidão, pessoas a quem acho que devo impressionar e só resta o silêncio, solidão e um vazio enorme, cuidas de mim. Quando chego onde nunca esperaria chegar, o fundo do poço, desces lá e CUIDAS DE MIM.

Acreditas em mim, conheces o que está tão dentro do meu ser, o que nem mesmo eu sei que está lá, principalmente com a capacidade de acreditar em alguém como eu que não acredita mais em si... Mas tu acreditas! Quando todos desacreditaram de mim porque minhas escolhas demonstraram explicitamente a distorção do meu caráter e que todos tinham o “direito” de desconfiar de mim, tu ACREDITAS EM MIM.

Quando eu não sei orar, quando não tenho forças para orar, quando não tenho coragem para orar, quando minha dignidade está manchada o bastante a ponto de não me achar digno de me dirigir a ti, a angústia, o desejo de ser compreendido por alguém, o último fio de esperança de que alguém entenda a minha dor, a necessidade de um colo, de uma palavra de conforto que traga a minha língua o frescor no meio de um deserto árido, escuto só silêncio! Será que tudo foi um grande equívoco? Não, duvido! É impossível negar uma Verdade tão grande como você É... Poderia até negar, mas me utilizando do outro lado, da mentira, para não querer ver a Verdade que és Tu e que no silêncio quer me falar mais do que com palavras, pois TÚ ÉS E BASTA!

Quem eu sou? Por mais que eu tente expressar, pois mais que eu tente pensar, ainda que busque filosofias, teologias, retóricas, argumentos, a mais exata ciência que existir, sempre vou me equivocar quando tentar ao mínimo possível expressar ou esboçar um esforço para dizer alguma palavra que consiga responder: QUEM EU SOU... Só um suspirar, que num primeiro momento nem consegue ser profundo pela asfixia de minha angústia, um pequeno suspiro me faz entre lágrimas chamar teu nome: DEUS!

És o único capaz de dizer quem de verdade eu sou. E como inspirastes à santa das pequenas coisas de forma no mínimo a me convencer do sou me ensina: “Sou o que Deus pensa de mim!”

Sabe da minha verdade, que nela nem sempre está a Verdade que és, mas uma verdade que é relativa apresentada a ti como oferta do máximo que lhe posso oferecer, me convences em transformar minha verdade relativa na perfeita Verdade que és tu. Sabes bem do meu desejo de ser melhor, da minha capacidade de me arrepender e as lágrimas que derramo por não conseguir ser aquilo que gostaria de ser para TI.
Aos poucos, enquanto percebo que me cercas, me olhas, cuida e acredita de mim, mesmo quando não sei orar e nem quando consigo expressar quem eu sou sem misturar o que sou com aquilo que eu tenho ou faço, quando minha verdade relativiza o que deveria ser exato em Ti, bem aos poucos, minha emoção, meu retorno ao equilíbrio depois dos engasgos do pranto da dor de estar longe de ti, aos poucos tudo começa se acalmar e é possível começar a respirar fundo e de forma mais lenta, mais tranquila, mais consciente e com um desejo maior de pertencer a ti agora posso te dizer longa, deliciosa, calma, desejosa e apaixonantemente:

DEUS...

Júlio Neto
Com. Aliança de Misericórdia

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